quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O CLÁSSICO

No Clássico das definições, o FC Porto goleou o SL Benfica por 5-0. Uma vitória sem espinhas e que contou com um factor inesperado: a falta de confiança de Jorge Jesus. O Benfica pode não ter sido goleado por culpa de JJ, mas perdeu seguramente o jogo por culpa dele. O técnico dos encarnados não confiou na sua equipa, inventou soluções criticadas anteriormente e depois disfarçou as suas próprias invenções. Villas Boas, ao contrário, ainda não necessitou de inventar, caminhou caminhando sem atrapalhar, mesmo que tivesse dúvidas ou insegurança. Há outra confiança e outros alicerces de motivação em época de retoma. O factor psicológico é uma coisa muito séria.

JJ merece todo o crédito por fazer o Benfica jogar o dobro na época anterior. Da mesma forma merece todos os reparos, pela forma como tem conduzido a equipa nesta época. É certo que perder Di Maria e Ramires na mesma época tem influência, mas não desculpa tudo. A começar pelo lote de jogadores contratados sob aval do treinador que não oferecem resultados práticos e imediatos. Nenhum deles, nem Gaitan que vinha substituir Di Maria ou Roberto que vinha assegurar o resto.

Tenho a certeza que se JJ estivesse há mais tempo no Benfica, nem Aimar ou Saviola chegariam ao Benfica. Isto porque JJ prefere jogadores por “fazer” segundo a sua doutrina e encaixar no seu modelo ao invés de apostar em jogadores feitos que possam oferecer resultados a curto prazo. O Benfica está refém dos seus investimentos e JJ não consegue tapar o buraco que cavou. A equipa da Luz regressou aos projectos de gastar em quantidade ao invés da qualidade.

Da mesma forma, não me parece adequado que se equacione a continuidade de JJ. Necessariamente, o SLB terá de rever determinadas questões relacionadas com o futebol e com a sua politica de contratações, para não se perder no caminho que desenhou, mas daí até equacionar a saída de JJ é insistir no erro e não procurar as soluções.

Curiosamente, os grandes animadores da época passada, Jorge Jesus e Domingos Paciência, passaram de bestiais a bestas, como se eles fossem os únicos e exclusivos responsáveis pelos sucessos e insucessos, das suas equipas. A coisa não passa só por aí. Tal como o sucesso de Villas Boas que não atrapalha uma máquina movida a confiança e altos níveis de motivação.

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