quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A SENHORA ABSTENÇÃO

A argumentação agora é que a abstenção (53,38%) elegeu Cavaco Silva. Ao contrário, acho que o Presidente foi eleito “apesar” das abstenções. É que, mesmo com menos votantes, Cavaco Silva aumentou a percentagem em relação á ultima eleição (de 50,54% para 52,94%) e as avaliações devem ser efectuadas nos devidos cenários.

Parece que a abstenção apareceu agora, como se ela não tivesse ganho as eleições das décadas mais recentes. Nas Legislativas, Autárquicas, Europeias e Presidenciais, o aumento das abstenções tem sido constante. Só a título de exemplo e das mais recentes: nas Legislativas de 2009 (40,32%), nas Europeias 2009 (63,22%), nas Autárquicas de 2009 (40,97%). Isto varia consoante o interesse das propostas e do desafio dos candidatos. E o estado da nação, obviamente.

Aproveito para recordar que o Presidente Jorge Sampaio foi reeleito em 2001 num quadro de 50,29% de abstenções. Não havia outro, nem motivo para outro.

O problema não reside nas abstenções, mas sim nas propostas e candidatos. E, neste caso, Cavaco Silva foi o único candidato que se apresentou. Não havia outro, nem motivo para outro. O resto… Bem! O resto é que merece reflexão.

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