Rui Alves, Presidente do Nacional, deu uma entrevista ao Jornal Record e Antena 1. Partilho alguns excertos para análise e refexão:
A Liga (LPFP)
A Liga, por um lado, é uma associação patronal, por outro é um órgão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que tem de gerir as competições profissionais. E nesta qualidade ela acaba por fiscalizar os seus donos. Portanto, após a eleição nós verificamos que a Liga acaba muitas vezes por ser mais uma extensão do Sindicato de Jogadores e mais uma extensão das posições do governo do que propriamente de defesa dos interesses dos clubes.
O Sector do Futebol
... eu não conheço nenhum sector de actividade onde uma empresa feche por não pagar impostos. O Estado tem os seus órgãos de fiscalização próprios dessa área, as empresas são multadas, penhoradas, fazem planos de recuperação, mas não encerram por isso. Também não conheço nenhuma empresa que feche por ter salários em atraso. Você não pode destruir uma empresa só porque, pontualmente, ela atravessa dificuldades. E sabe que, no futebol, pegar numa equipa e baixá-la de divisão é praticamente a mesma coisa que fechá-la. A Liga não pode ser a extensão do Sindicato de Jogadores. Ela tem é que viver em confronto com o Sindicato! Mas um confronto sadio, naturalmente.
Veja bem, quando existe uma crise no sector têxtil, os empresários expõem os problemas ao governo e este - então se for em véspera de eleições mais fácil será - toma medidas de auxílio. Se a banca está falida, faz recurso a capitalização com aval do Estado. Como o futebol se mata a si próprio, aqui não é preciso qualquer medida de auxílio e o governo vai assobiando para o ar.
…Vemos grandes bandeiras do desporto nacional, com décadas e décadas de história, como o Vitória de Setúbal, Belenenses ou Boavista, que vão fechando aos poucos. E isto é que é grave. Então e aqui? Não há medidas de auxílio? O futebol não tem crise? O futebol são só as transferências milionárias? Ninguém pensa nos escalões de formação, por exemplo?
Hermínio Loureiro
Acho que o doutor Hermínio é uma pessoa interessante para a política, mas que percebe pouco do fenómeno que veio liderar. Não fez estruturalmente nada. Criou-se apenas uma competição que nunca poderia ter sido criada sem um objectivo desportivo. Nunca!
Taça da Liga
O sucesso desta competição não era existir uma final Benfica-Sporting. A vitória seria a Taça da Liga dar acesso a uma prova europeia. Isso é que seria a grande vitória do presidente da Liga. E até era fácil, porque mesmo não concordando que o presidente da Liga seja vice-presidente da FPF, neste caso até serviria, porque quem indica os lugares para a UEFA é precisamente a FPF.
É o único, comparando com os países onde há Taça da Liga, que tem fase de grupos e que põe os grandes à cabeça. Depois, os mais fortes jogam duas vezes em casa. Isto está errado, porque isto está tudo para eliminar a arraia miúda. É ridículo. A competição é iniciada com um regulamento completamente ao contrário. Inicialmente, ainda noutros moldes, até eram as equipas mais pequenas que recebiam os grandes. Mas parece que o Fátima eliminou o FC Porto e ninguém gostou. O Benfica saiu muito cedo também ninguém gostou. Não pode ser assim. Eu acho que, independentemente da parte económica do fenómeno, é preciso respeitar a essência do desporto. E qual é a essência do desporto? Condições de acesso iguais.
Umas vezes excessivo, outras excessivamente, mas sempre autêntico e sem natureza para passar despercebido, ser ignorado ou indiferente. Rui Alves pode tanto ser um problema como uma solução, mas dificilmente consensual.
A Liga, por um lado, é uma associação patronal, por outro é um órgão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que tem de gerir as competições profissionais. E nesta qualidade ela acaba por fiscalizar os seus donos. Portanto, após a eleição nós verificamos que a Liga acaba muitas vezes por ser mais uma extensão do Sindicato de Jogadores e mais uma extensão das posições do governo do que propriamente de defesa dos interesses dos clubes.
O Sector do Futebol
... eu não conheço nenhum sector de actividade onde uma empresa feche por não pagar impostos. O Estado tem os seus órgãos de fiscalização próprios dessa área, as empresas são multadas, penhoradas, fazem planos de recuperação, mas não encerram por isso. Também não conheço nenhuma empresa que feche por ter salários em atraso. Você não pode destruir uma empresa só porque, pontualmente, ela atravessa dificuldades. E sabe que, no futebol, pegar numa equipa e baixá-la de divisão é praticamente a mesma coisa que fechá-la. A Liga não pode ser a extensão do Sindicato de Jogadores. Ela tem é que viver em confronto com o Sindicato! Mas um confronto sadio, naturalmente.
Veja bem, quando existe uma crise no sector têxtil, os empresários expõem os problemas ao governo e este - então se for em véspera de eleições mais fácil será - toma medidas de auxílio. Se a banca está falida, faz recurso a capitalização com aval do Estado. Como o futebol se mata a si próprio, aqui não é preciso qualquer medida de auxílio e o governo vai assobiando para o ar.
…Vemos grandes bandeiras do desporto nacional, com décadas e décadas de história, como o Vitória de Setúbal, Belenenses ou Boavista, que vão fechando aos poucos. E isto é que é grave. Então e aqui? Não há medidas de auxílio? O futebol não tem crise? O futebol são só as transferências milionárias? Ninguém pensa nos escalões de formação, por exemplo?
Hermínio Loureiro
Acho que o doutor Hermínio é uma pessoa interessante para a política, mas que percebe pouco do fenómeno que veio liderar. Não fez estruturalmente nada. Criou-se apenas uma competição que nunca poderia ter sido criada sem um objectivo desportivo. Nunca!
Taça da Liga
O sucesso desta competição não era existir uma final Benfica-Sporting. A vitória seria a Taça da Liga dar acesso a uma prova europeia. Isso é que seria a grande vitória do presidente da Liga. E até era fácil, porque mesmo não concordando que o presidente da Liga seja vice-presidente da FPF, neste caso até serviria, porque quem indica os lugares para a UEFA é precisamente a FPF.
É o único, comparando com os países onde há Taça da Liga, que tem fase de grupos e que põe os grandes à cabeça. Depois, os mais fortes jogam duas vezes em casa. Isto está errado, porque isto está tudo para eliminar a arraia miúda. É ridículo. A competição é iniciada com um regulamento completamente ao contrário. Inicialmente, ainda noutros moldes, até eram as equipas mais pequenas que recebiam os grandes. Mas parece que o Fátima eliminou o FC Porto e ninguém gostou. O Benfica saiu muito cedo também ninguém gostou. Não pode ser assim. Eu acho que, independentemente da parte económica do fenómeno, é preciso respeitar a essência do desporto. E qual é a essência do desporto? Condições de acesso iguais.
Umas vezes excessivo, outras excessivamente, mas sempre autêntico e sem natureza para passar despercebido, ser ignorado ou indiferente. Rui Alves pode tanto ser um problema como uma solução, mas dificilmente consensual.
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