terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ARBITRAGEM E OS APROVEITAMENTOS

Repito o que já disse, não há campeonato a sério, sem casos de arbitragem. O erro faz parte do jogo e o Árbitro também. Se considerarmos que os clubes e as principais entidades que gerem o futebol, Federações, Ligas, UEFA e FIFA, defendem o erro e o imprevisível da sua acção e não admitem grandes alterações ao modelo instituído da arbitragem, então descobrimos que o Árbitro não é juiz, mas apenas o agente de jogo “utilizado” para descarregar todas as frustrações e desculpas para o insucesso. É o veículo do erro que todos alimentam. Uns mais do que outros, devo dizer.

Nestas coisas, nenhum clube pode dizer que nunca foi prejudicado pela arbitragem, da mesma forma não pode dizer que nunca foi beneficiado. Os ruídos e os silêncios estão aí para confirmar. É preciso dizer também que Jorge Jesus tem razão, em caso de dúvida a equipa de arbitragem escolhe a via mais fácil de facilitar a vida aos grandes. Mas isso não é novidade, já morreu de velhice.

Esta época, que nem chegou a meio, os casos de arbitragem multiplicam-se, facto a que não está alheio a insuficiência dos clubes, as falhas das equipas de arbitragem e a classe dos dirigentes. Todos falham mas alguém tem de pagar a factura. A arbitragem tem de melhorar, o resto tem de melhorar ainda mais.

Já tivemos as reclamações de Paulo Bento, os casos Duarte Gomes e Bruno Paixão, as reclamações do Benfica em relação a Pedro Henriques, agora o Sporting de Braga e outros, contra Paulo Baptista. Isto ainda nem sequer começou.

Depois, aparecem o folclore e os dançarinos, que não fazem mais do que atiçar o fogo sem qualquer vontade de encontrar o extintor:

O Sporting de Braga vai avançar com uma queixa-crime no Ministério Público contra o árbitro Paulo Baptista e com uma participação disciplinar na Liga de futebol. Na base das queixas dos bracarenses está o golo dos "encarnados", apontado pelo defesa central brasileiro David Luiz em posição de fora-de-jogo, e que acabou por ditar a derrota da equipa de Braga. Além desse lance, os "arsenalistas" contestam ainda a marcação de uma grande penalidade a favor dos da casa e reclamam a não marcação de dois "penaltys" a seu favor.

Não, não é nada exagerado. É o direito à indignação, não o direito ao exagero.

Mesquita Machado, presidente da Câmara Municipal de Braga e da Assembleia Geral da FPF, teceu violentas críticas à arbitragem de Paulo Baptista: "Acho muito bem que a direcção do clube tenha apresentado uma queixa-crime contra o árbitro. O que se passou lá foi um assalto à mão armada, um roubo, e os roubos têm que ser investigados" (…) "os erros foram premeditados". Mesquita Machado dá mesmo a entender que o árbitro de Portalegre não terá sido a primeira escolha do Conselho de Arbitragem, acreditando terem existido "influências exteriores para que fosse aquele árbitro". O líder da Assembleia Geral da FPF não quis aprofundar as acusações, revelando ter ouvido tais informações "nos corredores, no 'diz que disse'", mas frisou que, "pelos vistos, essas suspeitas tinham fundamento". Além disso, Mesquita Machado adiantou também que lhe transmitiram que Paulo Baptista "é um grande benfiquista".

Bom, daqui já ouvimos muitos “silêncios”. Ele lá sabe por onde anda para saber muito do “diz que disse”. Sinceramente, prefiro Paulo Baptista, Duarte Gomes, Bruno Paixão e Pedro Henriques.

Menezes Rodrigues defende que “se houvesse normalidade o Sporting estaria na frente”. O vice-presidente do Sporting – que já declarou disponibilidade para se candidatar à presidência do clube – recorda que o Sporting está “preocupado há muito tempo com as arbitragens”(…)“nos outros países os árbitros também erram, mas com menos frequência” (…) “Imaginem que tudo se decide ponto a ponto até ao fim da época e que um clube é prejudicado grosseiramente”.

A oportunidade de dizer qualquer coisa, em ocasião importante, mesmo que seja para dizer…

Para Rogério Alves, presidente da Assembleia geral do Sporting: “Foi uma péssima arbitragem, com erros grosseiros e nítida influência no resultado final. Se não fosse por Paulo Baptista o Sporting estaria em primeiro lugar" (…) "Se continuarmos com este tipo de arbitragens a decisão do campeão estará fatalmente adulterada. Não será um campeão levado em ombros, mas sim em erros. Os órgãos da Liga devem responsabilizar-se. Espero que o que se passou não seja o início de algo maior."

Nenhuma surpresa, e outro com a oportunidade de dizer qualquer coisa no momento oportuno.

Estamos esclarecidos.

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