terça-feira, 9 de setembro de 2008

DEUS NO CÉU, QUEIROZ NA SELECÇÃO

Carlos Queiroz está com a bola toda. É Deus no Céu e Queiroz na Selecção. Obviamente que tem uma boa imprensa, daquela que precisa de imolar o ministério de Filipe Scolari e justificar as críticas que sempre elaboraram. Com 2 treinos, Portugal joga com as Ilhas Faroé, e a imprensa já descobria a mão de Queiroz no futebol da Selecção. Queiroz que pode ficar refém de tantas “passadeiras”, avisou antes do jogo com Malta que só tinha efectuado 6 treinos. Portugal ganhou e bem a Malta, e a selecção tinha descoberto caminhos nunca dantes navegados. Mantendo o ritmo incontornável, em tudo o que é imprensa, não há jogador a quem não seja solicitado que faça comparações entre o trabalho de Scolari e de Queiroz. Esquecendo que os jogadores estão, eles também, reféns da resposta procurada. Já que se um já foi, o outro está cá e convém ser “politicamente correcto” ou “correctamente oportuno”. Como se daí dependesse o futuro da selecção e o apuramento para o Mundial 2010. Estando em curso o plano de “apagamento” da passagem de Scolari pela Selecção, embora os registos não se apaguem, convém lembrar o que Carlos Queiroz disse, após o jogo com as Ilhas Faroé: “Realmente o ambiente à volta da Selecção está muito diferente. Este é o ambiente com que sempre sonhei…”

A este propósito, encontro um texto de Carlos Pereira Santos, em artigo de opinião no Jornal A Bola, que transcrevo algumas partes: “Scolari está a cerca de dois mil quilómetros de distância de nós (…) o que é óptimo porque ao fim de alguns anos Portugal livrou-se de alguém que nunca ganhou nada a não ser o festival de folclore das bandeiras nas janelas ou dos carros pintados com as cores nacionais (…) Queiroz, ele sim, um ganhador ao serviço de Portugal, tomou conta do lugar e sentiu-se o ar fresco, mesmo no braseiro de Malta. Teve um discurso simples: em Malta é para vencer, o empate é mau (…) Scolari diria algo do género: nem que seja por meio a zero (…) O brasileiro foi para o clube que Mourinho mediatizou e é um ar fresco pelo nosso país (…) O homem foi, mas Baia ressuscitou-o. O ex-guardião esteve calado enquanto o homem durou na Selecção, porque não quis, NUNCA – e disse em exclusivo para A BOLA -, perturbar os trabalhos, mas não resistiu agora a reagir a um recado num livro escrito por um dos ex-assessores de Scolari. Respondeu bem. Chamou-lhe cobarde. Scolari, irritado, retorquiu o que nunca tinha afirmado: “Foi por opção técnica”. Mandou recados e agora levou uma bofetada das luvas que Baía arrumou cedo de mais, mesmo no FC Porto. Deve doer uma luvada destas. Maniche, Sérgio Conceição, Pedro Mendes, Quim – que há muito devia ser o número um – são hoje pessoas felizes porque o Chelsea existe. Agora sou do Chelsea desde pequenino.”

Por aqui me fico.

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