domingo, 12 de outubro de 2008

AS CONSEQUÊNCIAS DO FUTEBOL

Ainda sobre o jogo de caridade para Borgonovo, que sofre de uma variante de esclerose múltipla que já matou vários atletas de alta competição, Jorge Valdano diz o seguinte em A Bola:

“Um jogo amigável de beneficência entre a Fiorentina e o Milan girou a cabeça do mundo do futebol face aos 39 ex-futebolistas italianos, com uma média de idade de 42 anos, que morreram de ELA. Uma terrível doença em que a cabeça lúcida se vai enterrando, milímetro a milímetro, num corpo enfermo por distrofia muscular e atrofia da coluna vertebral. Porquê gente tão jovem? Porquê ex-futebolistas? Porquê sobretudo em Itália? Não é arriscado concluir que levámos demasiado longe as exigências: treinar desafiando os limites, tomar medicamentos de cavalo para reduzir os tempos de inactividade, potenciar o rendimento com complementos energéticos na fronteira da legalidade… Tudo para ganhar de qualquer maneira, já que a derrota é sinónimo de morte desportiva…”

Estes são os sinais do que toda a gente desconfiava e desconfia, mas que poucos têm a coragem de denunciar e muitos menos se preocupam em investigar. Recordo que o treinador checo Zdenek Zeman chegou a provocar polémica ao levantar a questão do doping em Itália, mas ficou-se pela polémica.

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