quinta-feira, 6 de novembro de 2008

SOU SÓ EU ? E OS OUTROS ?

O Tribunal de Gondomar condenou o árbitro Martins dos Santos a 20 meses de prisão e António Henriques, ex-elemento do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, a 28 meses de cadeia, mas ambos com pena suspensa. Em causa estava a prática do crime de corrupção desportiva no âmbito de um jogo entre o Marítimo e o Nacional, da época 2003/2004.

A juíza Manuela Sousa, responsável pelo julgamento do caso, considerou provado que Martins dos Santos praticou um crime de corrupção desportiva passiva e que António Henriques praticou o mesmo crime, na forma activa. No caso de Martins dos Santos, a magistrada entendeu não ter ficado provada a manipulação do resultado do jogo, sem deixar de existir a predisposição para aceitar o aliciamento. O tribunal validou as escutas, apoiando-se em decisões relativas ao processo originário do "Apito Dourado" e em acórdãos da Relação do Porto e do Tribunal Constitucional.

A juíza deu como provado que Henriques prometeu a Martins dos Santos ajuda na promoção de dois árbitros portuenses e eventualmente de Daniel Santos, seu filho, da III à II categoria.

Segundo rezam as crónicas o filho de Martins dos Santos não subiu de categoria e até desceu mais tarde. De certa forma, já se percebeu que Martins dos Santos queria “ajudar” o filho, mas, António Henriques queria “ajudar” quem?

O mais interessante disto tudo é tentar perceber as decisões dos Juízes. Em determinados momentos até parecem árbitros de futebol, decidindo, em caso de dúvida, sempre a favor dos grandes contra os pequenos. Ou então, é tudo tão complexo que nem eles conseguem explicar. Há sempre um caminho: Cada caso é um caso.

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